RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

Casa Mísia: novo espaço de criação artística em Lisboa

Iniciativa da KEF abrange residências artísticas e visitas guiadas

10 out 2024


O apartamento onde Mísia viveu até ao final da sua vida, num imponente prédio do século XVIII, na rua de Santa Catarina, em Lisboa, foi transformado num espaço de criação para artistas contemplados pelo programa de residência da Kees Eijrond Foundation - KEF. Terá como finalidade também acolher profissionais da cultura que estejam de passagem por Lisboa a trabalho. O imóvel foi adquirido pela KEF em contrato celebrado diretamente com a fadista em 2022.

Movido por um forte sentido de amizade e com o intuito de manter viva a memória de Mísia, o presidente da KEF, Kees Eijrond, decidiu manter o ambiente intacto, com seus livros, quadros, discos e objetos pessoais e abrir a casa ao público, com pequenas visitas culturais orientadas, em diálogo com os seus herdeiros: Sebastián Filgueiras, Isaac Barros e Rizério Salgado. Outra vertente da iniciativa será organizar futuramente pequenos concertos na casa, como era desejo da fadista.

 


Hall da Casa Mísia

O programa de Residência Artística da KEF oferece liberdade total para que artistas usem o tempo de permanência na casa de acordo com seu próprio ritmo e interesse. Além de um imóvel com cerca de 140 metros quadrados, totalmente equipado, o residente também tem acesso à biblioteca pessoal de Mísia, com obras em diversas áreas do conhecimento. O acervo é um convite à pesquisa e também à imersão no universo cultural daquela que foi uma das maiores vozes da música portuguesa.  

A Casa Mísia foi inaugurada no final de setembro por David J. Amado, coreógrafo, pedagogo e cineasta jamaicano-americano, no âmbito do primeiro programa de residência artística da KEF, pensado inicialmente para um estúdio do Outeiro de Santa Catarina, onde a representação permanente da KEF em Portugal está sediada. Voltado para o apoio de artistas no processo de escrita de projetos nos mais variados campos de criação, a residência ainda será ocupada pelo escritor brasileiro Bruno Ribeiro e pela artista transdisciplinar portuguesa Francisca Castro Neves. Uma nova convocatória será lançada em breve.